terça-feira, 3 de maio de 2011

Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

http://blog.movimentozeitgeist.com.br/2011/05/03/movimento-zeitgeist-resposta-a-midia-morte-de-osama-bin-laden/

Artigo escrito pelo Peter Joseph, sobre a morte de Osama bin Laden.

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Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

Em 1º maio de 2011, o presidente Barack Obama apareceu na televisão
norte-americana em cadeia nacional, com o anúncio espontâneo de que
Osama bin Laden, o suposto organizador dos trágicos acontecimentos de
11 de setembro de 2001, foi morto por forças militares no Paquistão.
Logo em seguida uma grande reação da mídia ocorreu em praticamente
todas as redes de televisão, no que só poderia ser descrito como a
exibição de uma celebração grotesca, reflexo de um nível de
imaturidade emocional que beira a psicose cultural. O retrato de
pessoas correndo pelas ruas de Nova York e Washington entoando slogans
jingoístas americanos, acenando suas bandeiras como membros de algum
culto, louvando a morte de outro ser humano, revela ainda outra camada
desta doença que chamamos de sociedade moderna.
Não é o foco desta resposta abordar o uso político de tal evento ou
iluminar a orquestração encenada de como a percepção pública seria
controlada pela grande mídia e pelo governo dos Estados Unidos. Este
artigo trata de expressar a irracionalidade bruta aparente e como
nossa cultura torna-se tão facilmente obcecada e carregada
emocionalmente em relação à simbologia superficial, e não com os
verdadeiros problemas de raiz, suas soluções ou considerações
racionais de circunstância.
O primeiro e mais óbvio ponto é que a morte de Osama bin Laden não
significa nada quando se trata do problema do terrorismo
internacional. Sua morte simplesmente serve como catarse para uma
cultura que tem uma fixação neurótica em vingança e retaliação. O
próprio fato de que o governo que, do ponto de vista psicológico,
sempre serviu como uma figura paterna para seus cidadãos, reforça a
idéia de que assassinar pessoas é uma solução, deveria bastar para que
a maioria de nós fizesse uma pausa e refletisse sobre a qualidade dos
valores provenientes do próprio zeitgeist.
No entanto, além das distorções emocionais e do padrão trágico e
vingativo de recompensar a continuação da divisão humana e da
violência, há uma reflexão mais prática em relação ao real problema e
a importância desse problema quanto à sua prioridade.
A morte de qualquer ser humano é de uma conseqüência imensurável na
sociedade. Nunca é apenas a morte do indivíduo. É a morte de
relacionamentos, companheirismo, apoio e da integridade dos ambientes
familiar e comunitário. As mortes desnecessárias de 3.000 pessoas em
11 de setembro de 2001 não são nem mais nem menos importantes do que
as mortes daqueles durante as guerras mundiais, através de câncer e
doenças, acidentes ou qualquer outra coisa.
Como sociedade, é seguro dizer que nós buscamos um mundo que
estrategicamente limite todas as consequências desnecessárias através
de abordagens sociais que permitam a maior segurança que nossa
engenhosidade possa criar. É neste contexto que a obsessão neurótica
com os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 tornou-se gravemente
insultante e prejudicial ao progresso. Criou-se um ambiente em que
quantidades ultrajantes de dinheiro, recursos e energia são gastos na
busca e destruição de subculturas muito pequenas de seres humanos que
apresentam diferenças ideológicas e agem sobre essas diferenças
através da violência.
Ainda assim, apenas nos Estados Unidos, a cada ano cerca de 30.000
pessoas morrem em acidentes automobilísticos, a maioria dos quais
poderiam ser evitados por mudanças estruturais muito simples. Isso são
dez “11 de setembro” a cada ano… mas ninguém parece lamentar esta
epidemia. Da mesma forma, mais de 1 milhão de americanos morrem de
doenças cardíacas e câncer por ano – cujas causas atualmente são, em
sua maioria, facilmente ligadas a influências ambientais. No entanto,
independentemente dos mais de 330 “11 de setembro” que ocorrem a cada
ano neste contexto, as alocações de orçamentos públicos para pesquisas
sobre estas doenças são apenas uma fração do dinheiro gasto em
operações “anti-terrorismo”.
Tal lista poderia aumentar indefinidamente no que diz respeito à
perversão de prioridades quando se trata do verdadeiro significado de
salvar e proteger a vida humana, e espero que muitos possam reconhecer
o grave desequilíbrio que temos em mãos, quanto aos nossos valores.
Então, voltando ao ponto de vingança e retaliação, vou concluir esta
resposta com uma citação do Dr. Martin Luther King Jr., provavelmente
a mais brilhante mente intuitiva quando se tratava de conflitos e do
poder da não-violência. Em 15 de setembro de 1963, uma igreja em
Birmingham, no Alabama, foi bombardeada, o que causou a morte de
quatro meninas que frequentavam as aulas de educação religiosa aos
domingos.
Em um discurso público, o Dr. King declarou:
“O que assassinou as quatro meninas? Olhe ao seu redor. Você vai ver
que muitas pessoas que você jamais imaginaria capazes participaram
deste ato de maldade. Portanto, esta noite todos nós precisamos sair
daqui com uma nova determinação de luta. Deus tem uma tarefa para nós.
Talvez a nossa missão seja salvar a alma dos Estados Unidos. Não
podemos salvar a alma desta nação atirando tijolos. Não podemos salvar
a alma desta nação pegando nossas munições e saindo disparando com
armas físicas. Temos que saber que temos algo muito mais poderoso.
Basta adotar a munição do amor.”
– Dr. Martin Luther King, 1963

Peter Joseph

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